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TASRIA-METSORA

PARASHAT TAZRIA

Conteúdo das Parasha:

TAZRIA

Þ A grande bondade do Todo-Poderoso gratifica o feto

Þ As leis da mulher que da nascimento

Þ A mitsvá de Brit Mila/circuncisão

Þ Definição de tsara’at, a Chaga da Lepra

Þ Os pecados que dão origem à tsara’at

Þ As principais Halachot referentes aos sintomas da impureza do leproso

Þ A tsara’at da pele

Þ As leis do isolamento do leproso

Þ A Tsara’at que aparece na roupa ou sobre outros materiais

As leis de tsara’at: uma aula com respeito à Providencia pessoal do Todo-Poderoso

**--**--**--

MIDRASH

I - TAZRIA

Definição de tsara’at, a Chaga da Lepra

De acordo com uma idéia espalhada, a chaga da tsara’at que se descreve na Torá seria idêntica à doença conhecida com o nome de lepra, e a Torá estaria prescrevendo uma profilaxia da infecção. Mas esta teoria se fundamenta em premissas errôneas. Os sintomas da tsara’at que descreve a Torá não são as da lepra e a cura que a Torá prescreve não está de acordo com nenhuma regra de higiene ou de medicina.

Para tornar a leitura mais agradável, vamos traduzir às vezes a palavra tsara’at pelo termo francês “lepra” e o de metsora pela palavra “leproso”. Mas devemos lembrar que estamos nos referindo a essa lepra específica de origem divina que só se manifestava no povo judeu na época do Beit Hamicdash.

Esta doença se manifestava entre o povo judeu na época do Beit Hamicdash em sinal da Providência particular do Todo-Poderoso com respeito a ele. Ela adotava a forma de uma erupção cutânea com manchas brancas; depois descolorações apareciam nas paredes da casa do pecador, nos seus utensílios ou roupas. Se tratava evidentemente de um milagre. O único remédio era espiritual; era preciso se arrepender e se consertar – TESHUVA = voltar a D’us. O judeu devia ser examinado por um cohen. Os cohanim eram peritos no exame da tsara’at. Se o cohen era um am há’arets (ignorante), ele consultava um talmid chacham e se fundamentava o seu diagnóstico em apreciações do erudito da Torá.

Os pecados que estão na origem da tsara’at

O Midrash cita dez pecados ou faltas em razão das quais um judeu podia ser atingido de tsara’at.

Esses dez pecados estão na origem de uma doença terrível já que só se podia fazer teshuva (se arrepender) com respeito a isso pagando o preço de grandes dificuldades. O temido sofrimento de tsara’at devia incitar o pecador a se arrepender e a atenuar seu imenso pecado. Esses são os dez pecados.

. Idolatria

. Imoralidade

. Homicídio

. Chilul Hashem (Profanação do Nome Divino)

. Blasfêmia do Todo-Poderoso

. Roubar o público

. Agir ultrapassando os próprios direitos

. Orgulho

. Lashon Hará (Maledicência)

. Olho grande

. Jurar em vão

Sintomas de impureza do leproso

O Cohen declarava um homem tamé (impuro) quando descobria um do seguintes três sintomas:

1 – Saar lavan/Pelo branco: se o Cohen via dois pelos brancos numa zona atingida, declarava a pessoa impura e a submetia às leis do isolamento (que serão explicadas no capítulo seguinte).

2 - Michiat bassar chai/Uma zona de carne viva: se, numa parte de pele afetada, aparecia carne viva, a pessoa atingida era logo declarada tamé.

3 – Pissione/Propagação: se a pessoa atingida não apresentava dois pelos brancos nem carne viva nas manchas brancas, o cohen a seqüestrava no interior de uma casa durante sete dias. Depois a examinava outra vez. Se a zona afetada tinha se estendido ou se um dos dois sinais citados, pelos brancos ou carne viva tinham se manifestado, ela era declarada tamé e devia ficar isolada.

Quando nenhum dos sinais anteriormente citados apareciam, o cohen a seqüestrava uma segunda vez por sete dias. No fim deste período, ele a reexaminava para julgar sobre a presença de um dos três sinais. Se um deles se havia manifestado, o homem era declarado leproso e devia ficar isolado. Se nenhum desses sinais (pelo branco, carne viva ou propagação da doença) apareciam, o homem afetado devia submergir no micve e submergir sua vestimenta. Então, tornava-se puro.

Dois sintomas tornavam uma pessoa tehora (pura) quando ela era examinada. Se um deles se manifestava, o período de seqüestro ou seu isolamento terminavam. Estes são os sintomas:

a – Se, depois de um período de isolamento, a tsara’at tinha se espalhado pelo corpo todo da cabeça aos pés, sem deixar nenhuma carne viva.

b– Se no curso de um exame, o cohen constatava que a cor branca da tsara’at tinha sido substituída por uma cor mais escura que a clara de ovo.

As leis do isolamento do leproso

A Torá submetia o metsora, o leproso declarado impuro, a leis particulares de isolamento.

Durante os anos em que os Judeus estavam no deserto, ele era excluído dos três campos: do Machané Shechina, daquele dos Leviim e daquele dos Bnei Israel, e ele devia permanecer afastado de todos.

Em Erets Israel, ele era banido de qualquer cidade cercada de muralhas.

Estas são as leis que se aplicavam ao leproso isolado:

. Mesmo se outros eram excluídos do campo ou da cidade, porque estavam ritualmente impuros, o leproso não estava autorizado a ficar com eles, devendo ficar isolado.

. Ele devia rasgar um pedaço da sua roupa, como um enlutado.

. Ele devia deixar crescer sua cabeleira. Isto também era um sinal de luto.

. Ele devia se cobrir a boca. Era seu castigo por ter difamado outrem com sua língua. Cobrindo sua cabeça com um véu, ele se tornava semelhante aos que choram um morto.

. Se ele encontrava alguém, devia proclamar: “tamé, tamé/impuro, impuro”, advertindo-o assim para manter a distância.

Este grito anunciava aos pedestres seu infortúnio e eles podiam então rezar para que D’us o cure.

. Todas as leis de isolamento também se aplicavam aos dignitários do povo. O próprio rei não estava isento das mesmas quando esta praga o atingia.

As rigorosas leis de isolamento lhe são impostas por decreto divino na esperança de que ele tome consciência do seu triste estado espiritual e para incitá-lo a fazer teshuva para que não esteja perdido para a eternidade.

A exclusão da sociedade é equivalente à morte. Dessa maneira, este grande sofrimento vai expiar o pecado.

O isolamento é também um castigo bem merecido, medida por medida, por ele ter feito lashon hara. As palavras difamadoras tiveram como fruto querelas e separações entre os homens: o maledicente também merece ser excluído da companhia dos homens.

1 - A Tsara’at que aparece na roupa ou em otros materiais

O tipo de tsara’at que aparecia na roupa ou em qualquer outra peça de roupa de linho, lã ou couro, tinha uma cor verde escura ou tinha a forma de manchas vermelhas; as duas manifestações podiam assim aparecer combinadas.

2 - A Tsara’at sobre as Casas

A Torá conclui o enunciado das leis de tsara’at descrevendo os sintomas e o tratamento da tsara’at das casas. Esta aparecia sobre os muros sob a forma de manchas vermelho escuro ou verde escuro.

O Cohen tinha por obrigação dirigir reprimendas ao homem que lhe informava sobre seu estado de “lepra” afetando a casa, para que este não o atribua a uma coincidência. “Meu filho, exortava o Cohen, não esquece que esta “chaga” aparece como castigo de um pecado grave, como o lashon hara! Toma isso a sério e faz Tshuva!”

Apesar da doença de tsara’at ser uma punição para um pecado, Hashem, na Sua grande bondade, nunca afligia o corpo do pecador de maneira imediata. Ele lhe dava uma advertência, fazendo com que os muros da sua casa se contaminassem. O proprietário sabia assim que ele devia fazer teshuva. Se ele ignorasse a advertência, a tsara’at se estendia sobre sua roupa. Se ele mostrasse sinais de arrependimento dos seus pecados, a tsara’at cessava; se não, os sintomas da doença apareciam no seu corpo.

As leis de tsara’at constituem uma lição da exatidão da Providência Divina. De acordo com os ensinamentos da Torá, o futuro de um homem pode estar suspenso no ar pelo aspecto de um pelo no corpo. Se dois pelos brancos fossem vistos na zona afetada, o leproso era declarado tamé (impuro), e era caçado dentro do círculo familiar e no dos seus amigos e relegado à vida solitária dos excluídos. Como a Torá pode selar o destino de um homem por causa da presença ou da ausência de um só pelo?

A explicação das leis da tsara’at reside no fato de não existir nenhuma circunstância fortuita. Não há nem mesmo o crescimento de um cabelo no corpo que não possa ser atribuído a uma simples coincidência. Pelo contrário, o aparecimento ou o desaparecimento do pelo branco era ditado pela Vontade Divina. Se o indivíduo era merecedor, Hashem fazia aparecer os sinais de tahara, de pureza; se não, os sintomas de tuma se desenvolviam sobre seu corpo.

As leis de tsara’at nos ensinam, desta maneira, que devemos considerar cada fato da nossa vida como sendo o fruto da Providência Divina, e reforçar nossa confiança em D’us.

Um judeu que adota esta atitude de confiança em D’us vai se poupar de grandes ansiedades no curso da sua existência. Ele não será vítima dos seus temores perpétuos, o habitual da nossa sociedade moderna, e que levam tantas pessoas a consultarem psiquiatras e a recorrerem a tranqüilizantes para trazer alívio ao seu estado de tensão. O espírito do Judeu ancorado na Torá permanece em paz apesar das vicissitudes da existência: a certeza de que tudo o que o Criador decide com respeito a ele é para o melhor, o sustentará.

No final desta Parasha, a Torá apresenta as halachot daquele que, por causa de certas condições físicas, está tamé:

Zav: se um homem tem um corrimento que provém do seu órgão reprodutor, se torna tamé e torna os outros impuros pelo contato. Se o corrimento se produz duas vezes, é chamado “zivut”, e o homem deve se submergir na água de uma fonte viva ou de um poço para ser purificado. Na época do Beit Hamicdash, se a zivut se produzisse três vezes, ele devia contar sete dias puros na saída da sua doença e submergir na água de uma fonte ou de um poço. No oitavo dia, oferecia um sacrifício chamado “corban Hazav”, composto de duas rolas ou dois pombos, um oferecido como sacrifício de Chatat e o outro de Olá.

Nida: o termo “nidut” demostra a separação ou o isolamento. Uma mulher se torna nida pela menstruação, parto ou outro sangramento uterino. Ela se torna desse modo temeá (ritualmente impura) e deve contar sete dias limpos após o final do sangramento para depois se submergir num micve para ser purificada. O marido deve se separar da sua mulher durante o período em que ela é nida (Vaicra 18:19).

Uma mulher escrupulosa na observância das leis de nidut merecerá filhos grandes pelo seu conhecimento da Torá e aptas a tomar decisões haláchicas. Se for negligente, será atingida de tsara’at – lepra.

Zava: Se uma mulher, durante um ou dois dias, tem um fluxo de sangue fora do seu período habitual, ela tem o status de zava. Ela é temeá e outra pessoa se torna impura pelo contato com ela. Se o fluxo dura três dias consecutivos, é uma zava guedola. No final da sua doença, ela deve contar sete dias limpos e depois submergir no micve. Na época do Beit Hamicdash, ela oferecia, no oitavo dia, um sacrifício denominado corban zava, idêntico ao que oferecia o zav. Nenhum sacrifício é prescrito para a nida já que seu ciclo é um estado fisiológico natural resultante do pecado de Chava. Pelo contrário, a zivut é uma doença e requer um corban específico, quando ela termina, para expiar o pecado que foi sua causa.

Nossos sábios explicam as razões pelas quais uma mulher pode ter zivut:

1 – Ela é castigada desta maneira por não ter feito o exame dela mesma durante os dias em que espera a chegada de um novo ciclo.

2 – Ela negligenciou o perfeito recobrimento das partes do seu corpo que, de acordo com o ensinamento dos nossos sábios, constituem uma erva, nudez, expondo-as a olhares estranhos.

METSORA

METSORA

Þ Lashon hará (maledicência) provocava imediatamente o estágio terminal da tsara’at

Þ Como combater o desejo de fazer lashon hara

Þ A purificação do Leproso declarado tahor/puro e seu significado

Þ Os sacrifícios de purificação do leproso

Þ A Tsara’at nas Casas

Þ Inspeção na saída da semana

Þ Inspeção na saída da segunda semana

Þ Inspeção no final da terceira semana

Þ Os castigos de Hashem são na realidade uma Benção

Þ Condições que provocam a impureza (tuma) do corpo

Þ Purificação daquele que é tamé (impuro)

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MIDRASH

Definição de tsara’at, a Chaga da Lepra

De acordo com uma idéia espalhada, a chaga da tsara’at que se descreve na Torá seria idêntica à doença conhecida com o nome de lepra, e a Torá estaria prescrevendo uma profilaxia da infeção. Mas esta teoria se fundamenta em premissas errôneas. Os sintomas da tsara’at que descreve a Torá não são as da lepra e a cura que a Torá prescreve não está de acordo com nenhuma regra de higiene ou de medicina.

Para tornar a leitura mais agradável, vamos traduzir às vezes a palavra tsara’at pelo termo francês “lepra” e o de metsora pela palavra “leproso”. Mas devemos lembrar que estamos nos referindo a essa lepra específica de origem divina que só se manifestava no povo judeu na época do Beit Hamicdash.

Esta doença se manifestava entre o povo judeu na época do Beit Hamicdash em sinal da Providência particular do Todo-Poderoso com respeito a ele. Ela adotava a forma de uma erupção cutânea com manchas brancas; depois descolorações apareciam nas paredes da casa do pecador, nos seus utensílios ou roupas. Se tratava evidentemente de um milagre. O único remédio era espiritual; era preciso se arrepender e se consertar – TESHUVA = voltar a D’us. O judeu devia ser examinado por um cohen. Os cohanim eram peritos no exame da doença da tsara’at. Se o cohen era um am há’arets (ignorante), ele consultava um talmid chacham e se fundamentava o seu diagnóstico em apreciações do erudito da Torá.

Os pecados que estão na origem da tsara’at

O Midrash cita dez pecados ou faltas em razão das quais um judeu podia ser atingido de tsara’at.

Esses dez pecados estão na origem de uma doença terrível já que só se podia fazer teshuva (se arrepender) com respeito a isso pagando o preço de grandes dificuldades. O temido sofrimento de tsara’at devia incitar o pecador a se arrepender e a atenuar seu imenso pecado. Esses são os dez pecados.

. Idolatria

. Imoralidade

. Homicídio

. Chilul Hashem (Profanação do Nome Divino)

. Blasfêmia do Todo-Poderoso

. Roubar o público

. Agir ultrapassando os próprios direitos

. Orgulho

. Lashon Hará (Maledicência)

. Olho grande

. Jurar em vão

Sintomas de impureza do leproso

O Cohen declarava um homem tamé (impuro) quando descobria um do seguintes três sintomas:

1 – Saar lavan/Pelo branco: se o Cohen via dois pelos brancos numa zona atingida, declarava a pessoa impura e a submetia às leis do isolamento (que serão explicadas no capítulo seguinte).

2 - Michiat bassar chai/Uma zona de carne viva: se, numa parte de pele afetada, aparecia carne viva, a pessoa atingida era logo declarada tamé.

3 – Pissione/Propagação: se a pessoa atingida não apresentava dois pelos brancos nem carne viva nas manchas brancas, o cohen a seqüestrava no interior de uma casa durante sete dias. Depois a examinava outra vez. Se a zona afetada tinha se estendido ou se um dos dois sinais citados, pelos brancos ou carne viva tinham se manifestado, ela era declarada tamé e devia ficar isolada.

Quando nenhum dos sinais anteriormente citados apareciam, o cohen a seqüestrava uma segunda vez por sete dias. No fim deste período, ele a reexaminava para julgar sobre a presença de um dos três sinais. Se um deles se havia manifestado, o homem era declarado leproso e devia ficar isolado. Se nenhum desses sinais (pelo branco, carne viva ou propagação da doença) apareciam, o homem afetado devia submergir no micve e submergir sua vestimenta. Então, tornava-se puro.

Dois sintomas tornavam uma pessoa tehora (pura) quando ela era examinada. Se um deles se manifestava, o período de seqüestro ou seu isolamento terminavam. Estes são os sintomas:

a – Se, depois de um período de isolamento, a tsara’at tinha se espalhado pelo corpo todo da cabeça aos pés, sem deixar nenhuma carne viva.

b– Se no curso de um exame, o cohen constatava que a cor branca da tsara’at tinha sido substituída por uma cor mais escura que a clara de ovo.

As leis do isolamento do leproso

A Torá submetia o metsora, o leproso declarado impuro, a leis particulares de isolamento.

Durante os anos em que os Judeus estavam no deserto, ele era excluído dos três campos: do Machané Shechina, daquele dos Leviim e daquele dos Bnei Israel, e ele devia permanecer afastado de todos.

Em Erets Israel, ele era banido de qualquer cidade cercada de muralhas.

Estas são as leis que se aplicavam ao leproso isolado:

. Mesmo se outros eram excluídos do campo ou da cidade, porque estavam ritualmente impuros, o leproso não estava autorizado a ficar com eles, devendo ficar isolado.

. Ele devia rasgar um pedaço da sua roupa, como um enlutado.

. Ele devia deixar crescer sua cabeleira. Isto também era um sinal de luto.

. Ele devia se cobrir a boca. Era seu castigo por ter difamado outrem com sua língua. Cobrindo sua cabeça com um véu, ele se tornava semelhante aos que choram um morto.

. Se ele encontrava alguém, devia proclamar: “tamé, tamé/impuro, impuro”, advertindo-o assim para manter a distância.

Este grito anunciava aos pedestres seu infortúnio e eles podiam então rezar para que D’us o cure.

. Todas as leis de isolamento também se aplicavam aos dignitários do povo. O próprio rei não estava isento das mesmas quando esta praga o atingia.

As rigorosas leis de isolamento lhe são impostas por decreto divino na esperança de que ele tome consciência do seu triste estado espiritual e para incitá-lo a fazer teshuva para que não esteja perdido para a eternidade.

A exclusão da sociedade é equivalente à morte. Dessa maneira, este grande sofrimento vai expiar o pecado.

O isolamento é também um castigo bem merecido, medida por medida, por ele ter feito lashon hara. As palavras difamadoras tiveram como fruto querelas e separações entre os homens: o maledicente também merece ser excluído da companhia dos homens.

1 - A Tsara’at que aparece na roupa ou em otros materiais

O tipo de tsara’at que aparecia na roupa ou em qualquer outra peça de roupa de linho, lã ou couro, tinha uma cor verde escura ou tinha a forma de manchas vermelhas; as duas manifestações podiam assim aparecer combinadas.

2 - A Tsara’at sobre as Casas

A Torá conclui o enunciado das leis de tsara’at descrevendo os sintomas e o tratamento da tsara’at das casas. Esta aparecia sobre os muros sob a forma de manchas vermelho escuro ou verde escuro.

O Cohen tinha por obrigação dirigir reprimendas ao homem que lhe informava sobre seu estado de lepra afetando a casa, para que este não o atribua a uma coincidência. “Meu filho, exortava o cohen, não esquece que esta chaga aparece como castigo de um pecado grave, como o lashon hara! Toma isso a sério e faz tshuva!”

Apesar da doença de tsara’at ser uma punição para um pecado, Hashem, na Sua grande bondade, nunca afligia o corpo do pecador de maneira imediata. Ele lhe dava uma advertência, fazendo com que os muros da sua casa se contaminassem. O proprietário sabia assim que ele devia fazer teshuva. Se ele ignorasse a advertência, a tsara’at se estendia sobre sua roupa. Se ele mostrasse sinais de arrependimento dos seus pecados, a tsara’at cessava; se não, os sintomas da doença apareciam no seu corpo.

As leis de tsara’at constituem uma lição da exatidão da Providência Divina. De acordo com os ensinamentos da Torá, o futuro de um homem pode estar suspenso no ar pelo aspecto de um pelo no corpo. Se dois pelos brancos fossem vistos na zona afetada, o leproso era declarado tamé (impuro), e era caçado dentro do círculo familiar e no dos seus amigos e relegado à vida solitária dos excluídos. Como a Torá pode selar o destino de um homem por causa da presença ou da ausência de um só pelo?

A explicação das leis da tsara’at reside no fato de não existir nenhuma circunstância fortuita. Não há nem mesmo o crescimento de um cabelo no corpo que não possa ser atribuído a uma simples coincidência. Pelo contrário, o aparecimento ou o desaparecimento do pelo branco era ditado pela Vontade Divina. Se o indivíduo era merecedor, Hashem fazia aparecer os sinais de tahara, de pureza; se não, os sintomas de tuma se desenvolviam sobre seu corpo.

As leis de tsara’at nos ensinam, desta maneira, que devemos considerar cada fato da nossa vida como sendo o fruto da Providência Divina, e reforçar nossa confiança em D’us.

Um judeu que adota esta atitude de confiança em D’us vai se poupar de grandes ansiedades no curso da sua existência. Ele não será vítima dos seus temores perpétuos, o habitual da nossa sociedade moderna, e que levam tantas pessoas a consultarem psiquiatras e a recorrerem a tranqüilizantes para trazer alívio ao seu estado de tensão. O espírito do Judeu ancorado na Torá permanece em paz apesar das vicissitudes da existência: a certeza de que tudo o que o Criador decide com respeito a ele é para o melhor, o sustentará.

No final desta Parasha, a Torá apresenta as halachot daquele que, por causa de certas condições físicas, está tamé:

Zav: se um homem tem um corrimento que provém do seu órgão reprodutor, se torna tamé e torna os outros impuros pelo contato. Se o corrimento se produz duas vezes, é chamado “zivut”, e o homem deve se submergir  na água de uma fonte viva ou de um poço para ser purificado. Na época do Beit Hamicdash, se a zivut se produzisse três vezes, ele devia contar sete dias puros na saída da sua doença e submergir na água de uma fonte ou de um poço. No oitavo dia, oferecia um sacrifício chamado “corban Hazav”, composto de duas rolas ou dois pombos, um oferecido como sacrifício de Chatat e o outro de Olá.

Nida: o termo “nidut” demostra a separação ou o isolamento. Uma mulher se torna nida pela menstruação, parto ou outro sangramento uterino. Ela se torna desse modo temeá (ritualmente impura) e deve contar sete dias limpos após o final do sangramento para depois se submergir num micve para ser purificada. O marido deve se separar da sua mulher durante o período em que ela é nida (Vaicra 18:19).

Uma mulher escrupulosa na observância das leis de nidut merecerá filhos grandes pelo seu conhecimento da Torá e aptas a tomar decisões haláchicas. Se for negligente, será atingida de tsara’at – lepra.

Zava: Se uma mulher, durante um ou dois dias, tem um fluxo de sangue fora do seu período habitual, ela tem o status de zava. Ela é temeá e outra pessoa se torna impura pelo contato com ela. Se o fluxo dura três dias consecutivos, é uma zava guedola. No final da sua doença, ela deve contar sete dias limpos e depois submergir no micve. Na época do Beit Hamicdash, ela oferecia, no oitavo dia, um sacrifício denominado corban zava, idêntico ao que oferecia o zav. Nenhum sacrifício é prescrito para a nida já que seu ciclo é um estado fisiológico natural resultante do pecado de Chava. Pelo contrário, a zivut é uma doença e requer um corban específico, quando ela termina, para expiar o pecado que foi sua causa.

Nossos sábios explicam as razões pelas quais uma mulher pode ter zivut:

1 – Ela é castigada desta maneira por não ter feito o exame dela mesma durante os dias em que espera a chegada de um novo ciclo.

2 – Ela negligenciou o perfeito recobrimento das partes do seu corpo que, de acordo com o ensinamento dos nossos sábios, constituem uma erva, nudez, expondo-as a olhares estranhos.

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