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12. Vayehi, e ele viveu...


B’SD

Kol Hamoshiah

PARASHAT VAIEHÍ

Conteúdo da Parashá:

Þ  Iaacov pede para ser enterrado em Erets Israel

Þ  Iaacov abençoa Efraim e Menashé

Þ  Bircat Iaacov: Iaacov abençoa seus doze filhos

Þ  As últimas palavras de Iaacov

Þ  Iaacov morre e é enterrado

Þ  O fim de Iossef e a morte das outras tribos

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A bênção de Zevulun:

Zevulun lechof iamim ishcon: Zevulun vai morar na beira do mar.

Vehu lechof aniot: ele será um porto para os navios.

Iaacov predisse: “Zevulun vai embarcar em navios para viajar com a finalidade de comprar e de vender mercadoria. Com o fruto do seu comércio, ele sustentará o seu irmão Issachar que se consagrará ao estudo da Torá. Porque ele o sustentou neste mundo, ele será recompensado no Olam Haba ao mesmo tempo que Issachar.

A benção de Issachar

Issachar chamor garem: Issachar é um asno ossudo.

As palavras de Iaacov significavam: “A tribo de Issachar produzirá gente que estuda a Torá e carrega o seu jugo do mesmo modo que o asno carrega seu fardo.”

Porque Issachar é comparado com um asno com respeito ao seu compromisso no estudo da Torá?

O louvor a Issachar não teria sido maior se Iaacov o tivesse comparado a um leão ou a uma pantera?

Na verdade o caráter do asno é diferente do dos outros animais. O asno não se rebela contra seu amo quando este lhe impõe um fardo, pelo contrário suporta-o pacientemente. O mesmo acontece com Issachar. Ele aceita voluntariamente o jugo da Torá e do seu Mestre. Assim como o asno não tem cuidado com seu próprio prestígio e se preocupa com o do seu mestre, da mesma maneira Issachar, aquele que estuda a Torá, não leva em conta sua própria honra e só vive para glorificar o Nome de Hashem. Da mesma maneira que as costelas de um asno aparecem claramente, a Torá de Issachar também é de uma grande clareza.

Rovets ben hamishpetaim: que se deita entre as fronteiras.

O asno não tem estábulo fixo; deita para dormir na entrada de qualquer cidade quando carrega sua mercadoria. Assim também Issachar, aquele que estuda a Torá, está pronto para dormir sobre o chão liso para se consagrar ao estudo da Torá. Iaacov comparou Issachar a um asno para mostrar que, como o asno, aquele que estuda a Torá está pronto a renunciar ao conforto da existência para poder se consagrar à Torá.

Vaiar menucha Qui tov: e viu que o repouso era bom.

Ele vê que a verdadeira paz de espírito, a libertação com respeito ao Ietser Hará, só pode ser obtida pelo estudo da Torá.

Veet Erets Qui naéma: e que o país era agradável

Issachar recebeu um território abençoado e fértil (que lhe permitia estudar a Torá sem ter que consagrar muito tempo aos negócios).

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E Iaacov viveu no Egito 17 anos”.

O Tsemach Tsédec, o terceiro Rebe de Lubavitch, era ainda criança quando estudou essa parashá e leu na mesma: “E Iaacov viveu no Egito 17 anos”. Seu professor explicou-lhe então que Iaacov viveu no Egito os melhores anos da sua vida.

Ao voltar da escola, o Tsemach Tsédec perguntou ao avó, o Admor Hazaquen, “Como é possível? O Egito era o pior país do mundo, como podemos dizer que foi lá que Iaacov viveu seus melhores anos?”

O Admor Hazaquen respondeu-lhe: “Está escrito: ‘e (Iaacov) mandou Iehudá na frente para Iossef, para reconhecer (o País de) Goshen’. O Midrash explica esta frase da seguinte maneira: ‘para preparar-lhe uma Casa de Estudos’. Iaacov instalou então um local para estudar a Torá no Egito, para ele e para seus filhos. Ao estudar a Torá, nos aproximamos de D’us; é por isso que Iaacov viveu seus melhores anos neste país.

Estes 17 melhores anos de Iaacov foram também aqueles em que ele viveu perto de Iossef. Quando ele viu que Iossef estava se comportando bem, como devia fazê-lo um filho seu, apesar dos longos anos de separação, e de todo este tampo passado no Egito; quando viu que Iossef se conduzia como um Sábio, um Justo, um Tsadic, Iaacov ficou muito feliz.

Esta alegria foi ainda maior já que Iaacov não via o seu filho há muito tempo e que ele não sabia se este havia se mantido um Tsadic. Esta alegria é comparada com a presença da luz que brilha na escuridão.

De fato, a luz é sempre preferível à escuridão mas sua superioridade aparece bem melhor quando ela é vista desde a noite. Quanto mais profunda a escuridão, mais notamos que a luz é grande.

Isto se torna ainda mais verdadeiro quando a luz não se contenta em afastar a escuridão mas a transforma, ela mesma, em claridade.

A alegria de Iaacov quando ele viu de novo Iossef foi semelhante ao que acabamos de dizer. Foi também o que ele fez no Egito. Este país era como a “escuridão”. Iaacov e seus filhos lhe trouxeram a luz. Eles não só trouxeram luz ao país mas o transformaram ele próprio em luz. Iaacov instalou no mesmo um local para estudar a Torá. Seus filhos se consagraram a este estudo. Foi assim que Iaacov pode viver nele seus melhores anos, melhores ainda que os anos passados em Canaã, da mesma maneira que a luz é ainda mais bela e mais forte quando ela provem de uma escuridão ainda maior.

BS’D

Iaacov deixa este mundo e é enterrado

Quando Iaacov acabou de falar, sua alma o deixou para reunir-se no Gan Eden (jardim do paraíso) com a dos seus pais.

Iossef se atirou sobre o rosto do pai, chorou e o beijou pela última vez. Fechou-lhe os olhos, cumprindo assim a promessa de Hashem (D’us) para Iaacov: “Iossef colocará a mão sobre teus olhos” (Bereshit 46:4).

Os filhos de Iaacov rasgaram suas roupas e colocaram pó e cinzas sobre suas cabeças. Iossef ordenou aos médicos que embalsamassem Iaacov. Nesta época se tinha o costume de embalsamar os corpos dos reis derramando sobre eles óleo e especiarias durante quarenta dias. O corpo absorvia estes óleos e podia ficar muito tempo sem se deteriorar. Iossef sabia que Hashem preserva os corpos dos tsadiquim (justos) mas ele não queria se apoiar em milagres e preferiu tomar todas as precauções necessárias.

Todos os habitantes do Egito se juntaram a Iossef e aos seus irmãos para chorar por Iaacov, já que todo mundo sabia que graças à sua benção o Nilo havia novamente transbordado, dando fim assim à fome que assolava o país. A partir do momento em que Iaacov morreu, esta benção deixou de se cumprir e a fome voltou a reinar. Os egípcios o choraram durante setenta dias e inclusive chegaram ao ponto de cobrir seus cavalos e seus asnos com sacos, em sinal de luto.

Iossef enviou um mensageiro ao Faraó para lhe dizer: “Meu pai me fez jurar antes da sua morte que eu levaria seu corpo para enterrá-lo na Caverna de Machpelá, na terra de Canaan. Permita-me manter a minha promessa, depois voltarei ao Egito.”

O Faraó mandou lhe dizer: “Pede aos sábios que anulem teu juramento.

-  Se queres que eu mande anular meu juramento, replicou Iossef, ele anularão também outra promessa que eu fiz. Outrora jurei para ti que não revelaria a ninguém o fato de conhecer um idioma mais que tu. Até agora mantive a minha palavra.

-  Não te impedirei de ir, respondeu o Faraó. Vai e enterra teu pai como ele te ordenou.”

Iossef mandou colocar seu pai num caixão de ouro puro incrustado de diamantes e por cima o cobriu com uma cobertura tecida com fios de ouro e sustentada por colunas incrustadas de pérolas.

Quando Iossef e seus irmãos começaram a viagem para a terra de Canaan, o Faraó emitiu um decreto obrigando todos os seus súditos a acompanharem Iaacov e a lhe prestarem as últimas homenagens. O caixão foi carregado pelas tribos que andavam descalças, chorando, e foi seguido por uma imensa delegação egípcia. Iossef tomou sua coroa e a pendurou no caixão do pai.

Quando a procissão chegou à terra de Canaan, encontrou os Reis de Canaan, os descendentes de Ismael e os descendentes de Essav, acompanhados por suas tropas. Eles tinham a intenção de aproveitar a oportunidade para fazer a guerra à família de Iaacov.

Mas quando perceberam a grande honra que estava sendo demostrada a Iaacov, e que viram a coroa de Iossef pendurada no caixão, se juntaram também à procissão. Os reis de Canaan também penduraram suas coroas no caixão. Iaacov foi conduzido assim até a Gruta de Machpelá num caixão ornamentado com trinta e seis coroas.

Iossef decretou um período de luto de sete dias. Os reis de Canaan choraram Iaacov, desfizeram seus cintos e seus suspensórios em sinal de luto, e apontando para ele exclamaram: “Sua morte é uma grande perda para o Egito”.

Depois as tribos se prepararam para enterrar Iaacov ao lado de Léa, mas Essav interveio. “O lugar que tem na Caverna foi reservado para mim, rugiu.

-  Como é possível? Responderam as tribos. Você vendeu a Caverna de Machpelá ao teu irmão.

-  Mostrem-me o contrato, exigiu Essav.

-  Está conosco, responderam os irmãos, mas está no Egito.

-  Sem o comprovante de venda, não há prova, argumentou Essav.

-  Então Naftali vai trazê-lo” disseram os irmãos.

Naftali que era muito rápido correu com agilidade para o Egito. Enquanto isso o enterro estava sendo atrasado.

Chushim, filho de Dan, era surdo e não havia seguido a conversa. Entretanto ele entendeu que era Essav que estava impedindo que se enterrasse seu avô. Ele tomou um pau e bateu com força na cabeça de Essav. Essav caiu morto e seu sangue caiu sobre o caixão de Iaacov. A cabeça de Essav rolou na Caverna de Machpelá enquanto seu corpo foi levado para Har Seir para ali ser enterrado. (de acordo com Tosfot, Guitim 55b, foi Iehudá que deu o golpe de graça em Essav.)

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